sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Lembranças de um pretérito Perfeito - presente





Estes são trechos do meu diário, escrito dia 31 de janeiro de 2014, há mais de um ano:

Hoje é um dia de saudade, de desejo, de paixão, de amor. Tenho na minha memória lembranças de coisas que nunca aconteceram na realidade, mas que são extremamente reais pra mim. Conservo a lembrança de viagens ainda não feitas, palavras que não foram trocadas, mãos que ainda não se tocaram, abraços que ainda não foram dados, beijos que ainda não foram consumados e o calor de corpos que ainda não se cruzaram. Há nisso tudo uma espécie de saudade fundida com esperança e desejo. Saudade porue tudo isso que sinto é real para mim. Esperança e desejo porque ainda não aconteceram, mas que sinto que ainda irão acontecer.
Gostaria que nesse momento a distancia física não existisse, que não fosse uma barreia, mas apenas uma ideia. O que eu faria? Ah! eu iria ao encontro dela. Imagino a distancia como um espelho que separa duas realidades – um espelho frágil, que só pode ser quebrado com a força da paixão. Quebro-o, então. As duas realidades se torna uma. Não existe mais um “lá” e um “acolá”, somente um aqui. Começo a vê-la. Ela está sentada, afastada de todos. Ela ainda não me percebeu. Eu caminho lenta e sorrateiramente ao encontro dela. O coração começa a palpitar mais forte; as pernas começam a tremer – estou nervoso. Chego perto e as únicas palavras que consigo dizer são:
“Olá!”
Ela se assustou, pois julgava estar só. Virou-se e tomou um susto ainda maior. Deu um pulo e disse:
“Olá! Como você chegou aqui?”
“Na verdade, eu sempre estive aqui...”
Ela nem esperou pelo resto da explicação. Veio até mim e me deu um abraço apertado. Eu retribui. Ficamos ali por muito tempo. Só nossos corações se comunicavam. Nossas almas desde o principio estavam juntas, somente nossos corpos estavam separados. Agora, porém, também estavam juntos. Erámos um! Depois do longo abraço que, inclusive, lágrimas saíram de nossos olhos, demos um beijo intenso. O mais intenso que já dei. Sentamos, então, de braços dados e começamos a conversar, emocionados. Dissemos tudo que queríamos dizer ao outro. Nossas palavras só eram interrompidas por beijos calorosos.
Ficamos ali por horas e horas. Não queríamos nos deixar. Esse era o momento mais real que já havíamos vivido. Mas, como nos contos de Cinderela, nossa meia noite havia chegado. Não queríamos nos deixar. Mas era hora de ir. O espelho estava novamente se reconstruindo. Demos ainda um ultimo abraço e um ultimo beijo. Olhei dentro de seus olhos e lá me vi. Percebi que vivíamos um no outro. Isso me trouxe conforto. Aos poucos fomos nos afastando. O espelho foi se reconstruindo. Já a via com dificuldade quando gritei:
“Eu te amo!”
Ao que ela respondeu:
“Eu também te amo!”
Assim nossos corpos se deixaram. Que palavra feia, “deixaram”! Eles foram forçados a se separar pela distancia. Nossas almas permanecem uma só. Isso é o amor – possuir uma única alma em dois corpos. Esse foi o momento mais real da minha vida. Eu fico contando as horas e os dias para ter outo encontro... para encontra-la novamente.
Essas lembranças vivem em meu coração! Por isso, sinto saudade!!!

Esta parábola da vida real – uma mescla de lembranças e fantasias; delírios e sanidade – escrevi pensando em minha amiga Ketlen Dávila. Por isso, nada mais justo do que dedicar à ela!

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