Estes são trechos do
meu diário, escrito dia 31 de janeiro de 2014, há mais de um ano:
Hoje é um dia de
saudade, de desejo, de paixão, de amor. Tenho na minha memória lembranças de
coisas que nunca aconteceram na realidade, mas que são extremamente reais pra
mim. Conservo a lembrança de viagens ainda não feitas, palavras que não foram
trocadas, mãos que ainda não se tocaram, abraços que ainda não foram dados,
beijos que ainda não foram consumados e o calor de corpos que ainda não se
cruzaram. Há nisso tudo uma espécie de saudade fundida com esperança e desejo.
Saudade porue tudo isso que sinto é real para mim. Esperança e desejo porque
ainda não aconteceram, mas que sinto que ainda irão acontecer.
Gostaria que nesse
momento a distancia física não existisse, que não fosse uma barreia, mas apenas
uma ideia. O que eu faria? Ah! eu iria ao encontro dela. Imagino a distancia
como um espelho que separa duas realidades – um espelho frágil, que só pode ser
quebrado com a força da paixão. Quebro-o, então. As duas realidades se torna
uma. Não existe mais um “lá” e um “acolá”, somente um aqui. Começo a vê-la. Ela
está sentada, afastada de todos. Ela ainda não me percebeu. Eu caminho lenta e
sorrateiramente ao encontro dela. O coração começa a palpitar mais forte; as
pernas começam a tremer – estou nervoso. Chego perto e as únicas palavras que
consigo dizer são:
“Olá!”
Ela se assustou, pois
julgava estar só. Virou-se e tomou um susto ainda maior. Deu um pulo e disse:
“Olá! Como você
chegou aqui?”
“Na verdade, eu
sempre estive aqui...”
Ela nem esperou pelo
resto da explicação. Veio até mim e me deu um abraço apertado. Eu retribui.
Ficamos ali por muito tempo. Só nossos corações se comunicavam. Nossas almas
desde o principio estavam juntas, somente nossos corpos estavam separados.
Agora, porém, também estavam juntos. Erámos um! Depois do longo abraço que,
inclusive, lágrimas saíram de nossos olhos, demos um beijo intenso. O mais
intenso que já dei. Sentamos, então, de braços dados e começamos a conversar,
emocionados. Dissemos tudo que queríamos dizer ao outro. Nossas palavras só
eram interrompidas por beijos calorosos.
Ficamos ali por horas
e horas. Não queríamos nos deixar. Esse era o momento mais real que já havíamos
vivido. Mas, como nos contos de Cinderela, nossa meia noite havia chegado. Não
queríamos nos deixar. Mas era hora de ir. O espelho estava novamente se
reconstruindo. Demos ainda um ultimo abraço e um ultimo beijo. Olhei dentro de
seus olhos e lá me vi. Percebi que vivíamos um no outro. Isso me trouxe
conforto. Aos poucos fomos nos afastando. O espelho foi se reconstruindo. Já a
via com dificuldade quando gritei:
“Eu te amo!”
Ao que ela respondeu:
“Eu também te amo!”
Assim nossos corpos
se deixaram. Que palavra feia, “deixaram”! Eles foram forçados a se separar
pela distancia. Nossas almas permanecem uma só. Isso é o amor – possuir uma
única alma em dois corpos. Esse foi o momento mais real da minha vida. Eu fico
contando as horas e os dias para ter outo encontro... para encontra-la
novamente.
Essas lembranças
vivem em meu coração! Por isso, sinto saudade!!!
Esta parábola da vida
real – uma mescla de lembranças e fantasias; delírios e sanidade – escrevi
pensando em minha amiga Ketlen Dávila. Por isso, nada mais justo do que dedicar
à ela!
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