Dedicado à Kethely, meu amor, minha namorada e meu pilar!
Começo esta crônica
indagando: há coisa mais deliciosa na vida do que viver um amor bobo? Sim,
bobo, mulher! Mas não o bobo comum, aquele que se confunde com o idiota, medíocre.
Falo do bobo descrito pela Clarice em suas crônicas, aquele que não vive
infectado pela esperteza dos espertos. Aquele que consegue observar e vivenciar
as maravilhas do mundo. Garanto a você – não há nada melhor do que viver um
amor bobo!!!
Todos aqui já passamos
pela fase da adolescência – falo com a galera da década de 1990 e com os mais
maduros do século XXI. Todos nos lembramos do “primeiro amor”, justamente
aquele bobo. Sei, você lembrou e está sorrindo. Lembrando justamente desse amor
bobo da adolescência. Não faz mal lembrar, não é pecado; não se preocupe, sua
esposa também já passou por isso. Calma, não fique com ciúme: é a realidade.
Olha, você fez eu perder o fio da meada. Deixa-me retomar meu pensamento.
Você com toda certeza
já experimentou esse amor bobo. Lembra na escola, quando havia o clube do
Bolinha e o clube da Luluzinha? Lembra que você dizia achar meninas nojentas,
mas que der repente você se vê enfeitiçado por ela? (Isso serve para as
mulheres também). Pois bem, com certeza você se lembrará de que se aproximou
timidamente, com conversas bobas, talvez por intermédio de um amigo, conquistou
sua confiança e se tornou seu amigo. Vocês viviam se batendo, se beliscando,
xingando um ao outro, mas não se desgrudavam. Ao contrário: queriam sempre
estar perto um do outro, por mais que os beliscões doessem, ou, que as tapas
fossem fortes. Alguém, estranhando a proximidade, alguma vez falou: “Hum! Vocês
passam tanto tempo juntos. Acho que estão é namorando.” Ao que você, por ter
sido pego de surpresa, pior, por estar diante dela, disse: “Corta! Sai fora!” Contudo,
no fundo, só você sabia que a pessoa que proferiu tal enunciado estava certa.
Que ela abriu portas, com sua afirmação.
Você começa a olhar a
pessoa com outro olhar. A vontade de ficar ao lado dela aumenta. Você começa a
ficar cada vez mais embaraçado, quando está diante dela. Até que um dia, de
maneira (in)esperada, vocês acabam partilhando o que sentem um pelo outro.
Vocês tocam as mãos (agora com outro toque – mais carinhoso); vocês olham para
o fundo da alma do amado e, muito timidamente, experimentam o primeiro beijo.
Sensação surreal! Você corre pra casa, todo bobo, com um sorriso de orelha a
orelha, chega em seu quarto e começa a pensar em tudo que aconteceu. Pensa: “É
ela!” não pensa noutra coisa, a não ser nela. Não ouve outra coisa, a não ser a
voz dela. Não vive outra coisa, a não ser em função dela. Ela se torna seu mundo,
seu Deus, sua alma e seu próprio Eu.
Um amor puro, mas que
é esquecido por causa da adultice. (E daí se gosto de criar neologismos!). Os
relacionamentos começam a ser sérios, começam a seguir outro ritmo – um ritmo
mais adulto: você se “compromete”, conhece os pais, tem que arranjar emprego, é
forçado a ser mais sério; adeus brincadeiras, adeus bons xingamentos, adeus velhas
implicâncias, adeus beliscões, adeus amor bobo!
Creio que esse amor,
o bobo, é o amor autêntico e o mais gostoso de vivenciar. Ele, durante a adolescência,
é apenas um ensaio, pra mais tarde, caso você tenha a sorte de vivenciá-lo outra
vez, de maneira mais madura, possa experimentar a mais doce de todas as
suavidades da vida. Muitas pessoas, inclusive, quando encontram essa pessoa,
com que experimentam o amor bobo, fazem laços para a vida inteira. Ele é a
centelha do eterno: imagem do perfeito!
Sem mais delongas,
leitor e leitora amigos, encontrei esse amor e estou experimentando/vivenciando
esse amor bobo. Sim, meus amigos, seu cronista está namorando! Quem é ela? Bem,
ela se chama Kethely. Mas já a rebatizei de Amor. Ela tem dezoito anos. Possui olhos
castanhos e olhar penetrante. Infelizmente é mais alta que eu (rs) – o que não
nos atrapalha, por incrível que pareça. Possui uma longa cabeleira negra, corpo
esguio, pele branca, voz suave e divinal. Ela é a personificação da beleza. Sei,
escrevi vários adjetivos, lhe dei várias características, mas não lhe respondi
quem ela é. O fato é que estamos nos descobrindo. Contudo, chato, insistente,
te respondo: ela é minha amada! Quase me esqueço: ela ama malinar de mim. E de
uma maneira meio sádica – coisas de quem ama – eu adoro ser malinado por ela. Ah
sim, implicamos muito um com o outro também.
O fato é: este jovem
poeta, escritor e agora cronista, vive seu momento de paz e quietude. Está feliz
por, enfim, encontrar sua musa. Lendo Vinicius de Moraes, suas crônicas, uma
com o titulo “Amor por entre o verde”, encontrei a seguinte citação, que,
apesar de ser dele, agora é minhas:
“É ela, Deus do céu,
é ela! Como a encontrei, não sei. Como chegou até aqui, não vi. Mas é ela, eu
sei que é ela porque há um rastro de luz quando ela passa; e quando ela me abre
os braços, eu me crucifico neles banhado em lágrimas de ternura; e sei que
mataria friamente quem quer que lhe causasse dano; e gostaria que morrêssemos
juntos e fôssemos enterrados de mãos dadas, e nossos olhos indecomponíveis
ficassem para sempre abertos mirando muito além das estrelas.”
Sim, é ela, caro
leitor, é com ela que experimentarei a mais doce de todas as doçuras de minha
vida. É com ela que quero partilhar meus dias, sofrimentos, alegrias, poesias. É
a ela que quero amar e é por ela que quero ser amado. Sim, é ela! É ela quem me
faz ficar bobo; é por ela que suspiro; é ela quem domina e governa meus
pensamentos e é pra ela que escrevo esta crônica. Para ela, minha amada,
Kethely Acipar!
O amor mais lindo que já vivi, amo-te meu menino de doze anos rs...
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