segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Tefé em meio à escuridão: o que fazer? - Artigo de opinião do ano de 2012

Olá, universo!
As faltas de energia no município de Tefé já foram alvo de reclamações, provocaram prejuízos e renderam textos.
Esse foi o meu, escrito em 2012, no meu terceiro ano do ensino médio. Quando participei de uma olimpíada de Língua Portuguesa pela escola GM3.
Embora tenham se passado três anos, acredito que o texto ainda é válido, nem que seja para relembrar tempos passados. Boa leitura!




Tefé em meio à escuridão: o que fazer?
            No Brasil em pleno século XXI, embora existam programas como “Luz para todos”, eu e uma grande parcela da população do município de Tefé, com 61 mil habitantes em uma área de aproximadamente 23.705 Km2, no estado do Amazonas, convivemos com o racionamento de energia elétrica que atinge todas as camadas de população.
            A energia elétrica no município de Tefé é fornecida pela empresa Amazonas energia e os blecautes ocorrem com frequência, na maioria das vezes durando duas horas, ocorrendo mais de uma vez ao dia.
            No panorama nacional, vale lembrar o blecaute em São Paulo, em julho de 2011 e o apagão que durou quatro horas em Manaus, em março de 2012. Ambas obtiveram repercussão por conta dos prejuízos socioeconômicos ocasionados pela falta de energia elétrica.
            O problema enfrentado pelos tefeenses foi noticiado em rede nacional através de um quadro no Jornal Nacional intitulado “JN no ar”, exibido pela rede Globo, em setembro de 2010. Entretanto, até hoje o problema continua sem solução. Por esse motivo, nas noites de escuridão dispomos de velas, lanternas, luzes de celulares e quaisquer outros aparatos que possam iluminar nossos lares.
            Vale ainda citar as escolas e locais de trabalho com funcionamento noturno que, por não possuírem geradores de emergência, veem-se expostos ao perigo de vandalismo e acidentes, uma vez que a iluminação é insuficiente.
            
              Quando a falta de energia ocorre durante o dia, o principal problema é o calor, pois em nosso estado a temperatura é elevada, interferindo na produtividade humana, sem contar a constante necessidade do uso de computadores, atrasando inúmeros trabalhos.
            Segundo um representante da Empresa Amazonas Energia no município de Tefé há quase trinta anos os geradores têm capacidade de suprir a demanda do município, porém isso não é suficiente para evitar os apagões. Ainda, segundo ele, “Os racionamentos ocorrem quando há uma diminuição da capacidade de geração por um defeito mecânico, elétrico ou de qualquer outra natureza dentro da usina e então a mesma tem sua capacidade subtraída. O racionamento nada mais é que uma forma de equilibrar a capacidade de consumo. Por exemplo, se houver problema em uma máquina de 2000 KW na usina, vamos ter que retirar 2000 KW da demanda para poder equilibrar de novo”.
            Inúmeros habitantes vêm tendo prejuízos com a falta de energia. Não é rara a queima de eletroeletrônicos em função de cortes de funcionamento de energia repentinos, sem contar os comerciantes de frios e congelados que perdem mercadorias com a falta de refrigeração. Quanto ao aviso prévio desses cortes, o representante declara que “A ocorrência do racionamento não tem como ser avisada, porque decorre de um fato não programado, apenas quando notamos o problema em uma máquina e vemos que sua reposição será demorada é que podemos divulgar uma programação”.

            
           A principal ofensa sofrida por nós é que pagamos nossas contas todos os meses e mesmo assim as falhas no serviço são frequentes. Embora essas empresas sejam amparadas por lei quanto à possibilidade de haver apagões inesperados, acredito que seria viável a tomada de atitudes para que problemas como este ocorram com menos frequência.
            Penso que além dos problemas nos geradores, o comodismo da população também contribui para que o problema dos constantes racionamentos de energia elétrica não tenha solução a curto prazo. Em vez de nós, os mais prejudicados, apenas sairmos para comprar velas nas noites de escuridão, deveríamos lutar pelos nossos direitos, reivindicando melhoras na prestação de serviços à população tefeense. Mas enquanto tal atitude não for tomada, continuaremos com alimentos sendo estragados, equipamentos correndo o risco de serem danificados, noites mal dormidas e a conta de energia elétrica sendo paga todos os meses.

Escrito em 01/09/2012

Kétlen Salvino Dávila

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Até mais, universo, e obrigada pela visita!



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